Montevidéu para Veganos, uma Cidade de Encantos Mil

Guest Post por Paloma Montevidéu para Veganos.

Se eu te pedir para lembrar daquela cidade que tem uma super paisagem bonita, céu limpo e um largo calçadão, qual te vem à mente? Provavelmente a mesma onde Vinicius de Moraes compôs a música “Felicidade”, aquela que acolhe tão bem seus visitantes e que encanta à primeira vista, não é?

É, pelo visto, pensamos igual: Montevidéu, no Uruguay!

Não? Pensou diferente? Bom, se ficou surpreso, te convido neste post a conhecer um pouco mais sobre essa capital cheia de encantos…

Para começar, sim, Vinicius de Moraes realmente compôs “Felicidade” em Montevidéu, e não só essa música, como várias outras poesias. Na verdade, ele chegou a morar aqui por um tempo, em Pocitos (um bairro charmosinho, com ares de cidade pequena).

Quanto à paisagem bonita e o largo calçadão, também explico: embora Montevidéu tenha pontos históricos fascinantes (vou falar um pouco deles em breve), seus 22 quilômetros de Ramblas, beirando o Rio da Prata, são incomparáveis!

 

Passear pelas Ramblas é não ver o tempo passar. É respirar fundo e sentir uma enorme tranquilidade. Ah, e se tiver (bastante) pique, uma garrafinha de água e um tênis confortável, por meio delas, você pode literalmente cruzar a cidade, indo de uma extremidade a outra (coloquei um mapinha aqui embaixo para ficar mais fácil ter essa ideia):

Moro em Montevidéu há três meses e hoje sou completamente apaixonada pelas Ramblas, a nossa “orla”! Logo que cheguei aqui decidi ir à pé de Pocitos, bairro do nosso eterno poetinha, à Cidade Velha, parte histórica da cidade (praticamente extremos). Foi uma caminhada longa, mas sensacional – e virou tradição, quem vem me visitar não escapa desse trajeto.

Sendo assim, já que nesse post meu intuito é falar um pouco sobre Montevidéu, eu não poderia fazer diferente. Te convido a iniciar esse trajeto aqui comigo, virtualmente. Mas já deixo o alerta, há grande probabilidade de, no fim, você começar a pensar em datas para (ao vivo e em cores) vir conhecer e se deixar cativar por essa cidade tão graciosa!

 

Então, vamos lá! Já que nosso ponto de partida é Pocitos, já começo com uma dica: numa ruazinha super tranquila do bairro, há um lugar que os vegetarianos ou veganos (me incluo) vão gostar: o Mercado Verde! Lá encontraremos vários produtos naturais e boas opções de lanche e almoço (um “Take Away” saudável, onde o cardápio varia a cada dia, com ótimos ingredientes e um super gostinho de comida caseira).

A rua é esta da foto abaixo, Jaime Zudáñez (número 11300).

 

Ah, essa foto vale uma observação: certa vez li que vir a Montevidéu é como voltar no tempo, para quando as grandes cidades ainda eram acolhedoras. Depois que me mudei para cá pude confirmar que é exatamente assim, e você repara (facilmente) isso nos detalhes, nas situações, na receptividade uruguaia e, até mesmo, ao passar por ruazinhas como a do Mercado Verde. Tem como não se sentir acolhido ao olhar para ela?

Ainda em Pocitos, mas agora na Rua Lorenzo J. Perez, 11300, há um paraíso na terra para nós veganos!rs Um restaurante chamado Vegan Wraps, que conta com um cardápio delicioso e hiper variado (minha sugestão: não deixe de provar o hambúrguer de lentilhas e beterraba, esse da foto abaixo! É uma experiência única)!rs.
Ah! E lá também têm uns doces maravilhosos (fica bem difícil resistir):

 

 

 

Mas as indicações de bons lugares para comer em Pocitos não param por aí: tenho ainda mais uma, o Club Natural y Popular, um restaurante vegetariano que fica na Bulevard España, 2643:

 

 

Bom, mas voltemos a nossa caminhada, voltemos à Rambla! Especificamente na República del Peru, em Pocitos. Se hipnotizar pelo Rio da Prata, à esquerda, é tarefa fácil, mas te convido a atravessar e, apenas por um segundo, dar uma espiada em uma das ruas do bairro, assim já conseguimos sentir um pouco como ele é:

 

Como ainda estamos perto da Rambla, vemos mais prédios, construções novas, carros… mas se entrarmos no bairro, aí sim, teremos aquela impressão que falei no início do post, sobre os ares de cidade pequena. Isso se deve à presença das muitas casas, algumas bem antigas, pequenos comércios e um imenso sossego.

Nessa hipótese, de entrar no bairro (e fugir um pouco da rota habitual), segue outra dica: ir até o Parque José Batlle y Ordonéz, mais conhecido como Parque Battle, mesmo nome de seu bairro (que, no mapa, fica um pouco acima de Pocitos). Lá você verá o Estádio Centenário, a pista de atletismo e o velódromo Municipal, e, claro, uma área super bonita e arborizada, bem convidativa a exercícios e caminhadas.

 

 

Mas o Rio da Prata e seu charmoso calçadão nos chama, não é mesmo? Então rumo a eles novamente. De volta ao nosso trajeto, entraremos na Rambla Mahatma Gandhi (uma das que mais gosto), no bairro de Punta Carretas, e onde te aconselho a ir num fim da tarde apreciar o pôr do sol. Juro que vai ser uma experiência sem igual:

 

Esse bairro, por sinal, é conhecido pelos ótimos restaurantes – embora, infelizmente, pouquíssimos tenham refeições veganas e vegetarianas. Um deles, acho legal citar, é o Francis, que fica na na rua Luis de la Torre, 502, e é conhecido como um dos melhores lugares para se comer na cidade. Como eu disse, são poucos os pratos que não levam carne ou derivados de origem animal, mas se você decidir conhecê-lo achará opções como risoto vegetariano e veggie sushi.

Ainda em Punta Carretas, há o shopping mais famoso da cidade (e que leva o mesmo nome do bairro). Se quiser parar lá para garantir presentes, fique atento: os preços de roupas, calçados e acessórios são bem similares aos das grandes capitais brasileiras, ou seja, um pouco salgados!

 

 

Quer saber, aproveitando que entramos em Punta Carretas, acho que podemos cortar caminho para alcançarmos um imperdível ponto da cidade: o Parque José Enrique Rodó! Dessa forma passaremos em frente ao Club de Golf del Uruguay (onde é uma delícia caminhar) e por uma avenida cheia de charme, a Julio Maria Sosa:

 

 

Ao chegar no parque, fica evidente: é realmente um lugar muito gostoso da cidade! Ah, e se quiser passar por lá em um domingo, ainda aproveitará para conhecer uma feirinha bem famosa e cheia (bem cheia) de coisas. As feiras daqui costumam ser assim, ter de tudo (tudo mesmo, de antiguidade à pasta de dente, por incrível que pareça) rs.

 

 

 

Já que estamos pertinho do Parque, vale falar sobre o La Papa, que fica bem próximo, na Rua Gonzalo Ramirez, 1972. Ele foi o primeiro restaurante vegano aqui de Montevidéu! Vale super a pena conhecer, o restaurante tem um cardápio bem variado e delicioso:

 

 

 

Caso você não goste muito de ir a restaurantes, tenho uma ótima dica: The Natural Kitchen! Eles fazem entrega de comidas veganas, e renovam o cardápio toda semana, sempre com preparações bem gostosas:

 

 

Podemos continuar cortando caminho, ou voltar à Rambla (o que eu aconselho), enfim, o importante é seguir em direção a nossa próxima parada: a Plaza Independência, que fica no limite entre a Cidade Velha (parte histórica) e a região central. É uma praça linda, super limpa:

 

Lá veremos a estátua equestre de José Gervasio Artigas (no andar subterrâneo da praça está seu mausoléu, para ir até lá é só descer as escadas ao lado da estátua), e também, na calçada em frente, a atual sede do Poder Executivo do Uruguay. Já a leste, e antes de entrarmos na parte antiga, a Cidade Velha, veremos a “Puerta de la Ciudadela” (Porta da Cidadela), que tem uma história bem interessante:

 

 

Até o ano de 1829, o bairro da Cidade Velha (onde começou Montevidéu) era cercado por uma muralha contra possíveis invasores. Os muros, obviamente, não existem mais, mas a Porta da Cidadela é um de seus resquícios!

Passando por ela, entraremos na Rua Sarandí, onde, por sinal, há uma ótima lojinha de produtos naturais (castanhas, chás, frutas secas) e snacks (alguns vegetarianos ou veganos), chamada Almendro! Fica no número 610! Ah, e caso você tenha gostado bastante, nessa mesma rua há outra unidade do Mercado Verde, no número 350.

Enfim, o importante é que, ao entrar na Cidade Velha, estaremos diante de vários pontos turísticos daqui, como o Teatro Solis, o Museu do Carnaval, a Catedral Metropolitana…e outras diversas construções muito bonitas! Nessa parte, para ser sincera, vale a pena ter um mapa em mãos, disposição e vontade de conhecer! Com isso, você já terá um super passeio garantido.

Vou aproveitar que entramos na Cidadela e te deixar pesquisar um pouco sobre esses lugares, para já ir decidindo quais você vai querer conhecer. Também não quero me prolongar mais, para não deixar nosso passeio cansativo (esse não é o intuito)!rs Só vou deixar aqui a última dica: considerando que estará na Cidade Velha, te aconselho a sentar alguns minutos no Café Brasileiro (um dos mais tradicionais e cheio de história daqui), o ambiente é uma viagem no tempo:

 

E aí, nesse café, e após ter viajado por essa cidade apaixonante, “de paisagem bonita, céu limpo e largo calçadão” (agora você sabe), apenas sinta a tranquilidade que o contato com a capital Uruguaia te proporcionou. Espero que você tenha gostado desse rápido encontro com o “paisito’, e que se anime a realmente vir conhecê-lo.

Ah e já que comecei o post falando sobre nosso “poetinha”, quem sabe você, vindo ao Uruguay, não aproveita e dá um pulo no lugar em que ele compôs “Tarde em Itapuã”. Acha longe? Te garanto que não… foi na nossa vizinha Buenos Aires, mas isso é assunto para uma outra viagem!

 

Sobre Paloma;

Brasileira em Montevidéu, advogada (que ama cozinhar) e vegana! Compartilha algumas de suas ‘ideias culinárias’ veganas por meio do Blog paveg.wordpress.com e do Instagram @_paveg

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Sobre o Autor

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Elton Bastos

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